O poder do perdão na vida cotidiana


O perdão pode ser entendido como substituir a má vontade em relação ao ofensor por boa vontade.

O poder do perdão na vida cotidiana


Perdoar é diferente de desculpar, reconciliar ou abrir mão da justiça.
Um estudo randomizado de um livro de exercícios de perdão indica efeitos benéficos na saúde mental e no florescimento pessoal.


O perdão é um processo poderoso que envolve substituir sentimentos negativos, como raiva, ressentimento e desejo de vingança, por sentimentos de compreensão, aceitação e benevolência em relação à pessoa que nos ofendeu.


É uma escolha consciente de liberar o peso emocional causado pela transgressão e seguir em frente.


É importante destacar que perdoar não significa desculpar o comportamento do ofensor, reconciliar-se com ele ou abrir mão da justiça.


O perdão é um processo interno que visa principalmente beneficiar a pessoa que perdoa, promovendo seu bem-estar emocional, mental e até mesmo físico.


Um estudo randomizado realizado com um livro de exercícios de perdão mostrou efeitos benéficos na saúde mental e no florescimento pessoal daqueles que participaram do programa. Isso sugere que o perdão pode ter um impacto positivo na qualidade de vida e no bem-estar geral das pessoas.


Perdoar pode ser um desafio, especialmente em casos de ofensas graves ou repetidas.
No entanto, é importante lembrar que o perdão não é um sinal de fraqueza, mas sim um ato de coragem e autotransformação. 

Ao perdoar, libertamos a nós mesmos do peso do ressentimento e abrimos espaço para a cura e o crescimento pessoal.


Em resumo, o perdão envolve substituir sentimentos negativos por positivos, não implica desculpar ou reconciliar-se com o ofensor e pode trazer benefícios significativos para a saúde mental e o florescimento pessoal. 

Ao praticar o perdão, podemos cultivar uma mentalidade mais compassiva, encontrar paz interior e seguir em frente com nossas vidas.

Todos nós já fomos feridos por outros em algum momento. Às vezes, essas feridas perduram por muito tempo.


Pode ser difícil saber como lidar com essas mágoas ou com aqueles que as infligiram. 

Uma abordagem é enterrar e reprimir as feridas, mas muitas vezes elas continuam conosco e ressurgem. Outra abordagem é deixar as feridas inflamar, ruminar sobre elas e sobre a raiva, e possivelmente buscar vingança. 

Às vezes, essa vingança pode ajudar a acalmar a indignação; em outras ocasiões, pode não ajudar. Uma abordagem alternativa para lidar com as mágoas que todos nós experimentamos é o perdão.


Podemos definir "perdão" como a substituição de sentimentos negativos em relação ao ofensor por sentimentos positivos. 

Concebido dessa forma, o perdão é distinto de desculpar ou tolerar a ação; é distinto da reconciliação; e não exige abrir mão da justiça. 

O perdão não implica ignorar questões de responsabilidade e prestação de contas. É possível perdoar um ofensor e desejar o seu bem final, ao mesmo tempo em que se busca um resultado justo. É possível perdoar um ofensor sem necessariamente buscar uma relação restaurada. 

Esse ponto é especialmente importante em casos de violência ou abuso repetido, em que o fim do relacionamento pode ser o melhor para a vítima e o ofensor. 

Da mesma forma, como perdão e reconciliação não são idênticos, é possível perdoar mesmo que o ofensor tenha falecido. Em conflitos, muitas vezes ambas as partes são feridas, e o perdão pode ser útil em ambas as direções.


Pesquisas anteriores sobre o perdão incluíram ensaios clínicos de intervenções de perdão e análises longitudinais de dados observacionais. Essas pesquisas indicaram que o perdão reduz a depressão e a ansiedade. 

O perdão pode, ao longo do tempo, ajudar a libertar a vítima da dor, ruminação e supressão, bem como do ofensor. E novamente, é possível buscar o perdão e a justiça simultaneamente.


A maioria das intervenções de perdão anteriores exigia várias sessões com um psicólogo treinado. 

Em nosso estudo recente, examinamos se os últimos 30 anos de trabalho em psicologia clínica sobre o perdão poderiam ser resumidos em um livro de exercícios autoguiado que poderia ser eficaz na promoção do perdão e na melhoria da saúde mental. Se sim, considerando a facilidade de disseminação desses livros de exercícios, as consequências para a saúde pública podem ser profundas.


O perdão talvez também nos aponte para a necessidade de amor dentro da comunidade e para a restauração do amor quando as coisas dão errado. Ele também aponta para a necessidade de amar os inimigos, aqueles que nutrem um ódio profundo por nós ou aqueles em relação aos quais estamos inclinados a sentir um ódio profundo.


Nossa sociedade tem se tornado cada vez mais polarizada. 

Não concordaremos em tudo, e essas discordâncias podem ser importantes. 

No entanto, é importante reconhecer a humanidade daqueles com quem discordamos, entender essas diferenças e trabalhar para encontrar os aspectos do que é bom em que podemos concordar e buscar juntos. 

Podemos ao mesmo tempo buscar corrigir o outro, enquanto buscamos também ser corrigidos.


Existe uma lógica paradoxal do amor pelos inimigos, e o perdão facilita essa lógica e esse amor. Ao substituir o ódio em relação ao outro por benevolência, o perdão pode estimular ações pró-sociais que podem se propagar, potencialmente ajudando a curar divisões. 

O amor - o amor pelo inimigo - busca tanto o bem do outro (às vezes, incluindo correção), quanto, quando possível, o desejo de reconciliação. O amor vai além do perdão. Nossa sociedade precisa promover um amor maior pelo próximo e pelo inimigo.

Leia também


Referências


Ho, M. Y., Worthington, E., Cowden, R., Bechara, A. O., Chen, Z. J., Gunatirin, E. Y., Joynt, S., Khalanskyi, V.V., Korzhov, H., Kurniati, N.M.T., Rodriguez, N., Salnykova, A., Shtanko, L., Tymchenko, S., Voytenko, V.L., Zulkaida, A., Mathur, M. and VanderWeele, T. (2023, March 3). International REACH Forgiveness Intervention: A multi-site randomized controlled trial. https://doi.org/10.31219/osf.io/8qzgw


VanderWeele, T.J. (2018). Is forgiveness a public health issue? American Journal of Public Health, 108:189-190.


Long, K., Worthington, E.L., VanderWeele, T.J. and Chen, Y. (2020). Forgiveness of others and subsequent health and well-being in mid-life: a longitudinal study on female nurses. BMC Psychology, 8:104.


Balancing Negative News Reporting: Promoting the Good. Psychology Today. Human Flourishing Blog. June 2020.


A psicóloga pode desempenhar um papel fundamental no processo de perdão através da psicoterapia. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a psicóloga pode ajudar nesse processo:

  • Exploração e compreensão das emoções: A psicóloga pode criar um espaço seguro e acolhedor para que a pessoa explore e compreenda suas emoções relacionadas ao evento ou pessoa que causou a mágoa. Isso inclui examinar o ressentimento, raiva, tristeza ou qualquer outra emoção associada ao ocorrido.

  • Identificação de padrões de pensamento: A psicóloga pode ajudar a pessoa a identificar padrões de pensamento negativos ou crenças limitantes que possam estar impedindo o processo de perdão. Por exemplo, a pessoa pode estar presa em pensamentos de vingança ou sentir-se presa a um papel de vítima. A psicóloga pode ajudar a desafiar esses padrões e desenvolver uma perspectiva mais compassiva.

  • Cultivo da empatia: A psicóloga pode ajudar a pessoa a desenvolver empatia em relação ao ofensor, buscando compreender suas motivações, experiências passadas e circunstâncias que possam ter contribuído para suas ações. Isso não significa justificar ou desculpar o comportamento, mas sim ampliar a compreensão e humanizar o outro.

  • Processamento e expressão emocional: Através da terapia, a pessoa pode ter a oportunidade de expressar e processar suas emoções de maneira saudável e construtiva. Isso pode envolver técnicas como escrita terapêutica, arteterapia ou simplesmente falar sobre as emoções de forma aberta e sincera.

  • Desenvolvimento de autocompaixão: O perdão também envolve a capacidade de se perdoar. A psicóloga pode auxiliar a pessoa a desenvolver autocompaixão e autoperdão, reconhecendo que todos nós cometemos erros e que é possível aprender e crescer a partir dessas experiências.

  • Estratégias de enfrentamento e resolução de conflitos: A psicóloga pode ensinar habilidades de comunicação eficaz, resolução de conflitos e manejo do estresse, para que a pessoa possa lidar melhor com situações desafiadoras e evitar que ressentimentos se acumulem no futuro.

É importante lembrar que o processo de perdão pode ser complexo e levar tempo. 

Cada indivíduo é único, e a psicoterapia oferece um espaço personalizado para explorar e trabalhar no processo de perdão, adaptando-se às necessidades específicas de cada pessoa. A psicóloga pode fornecer apoio, orientação e estratégias práticas para ajudar a pessoa a alcançar um estado de perdão e liberação emocional.




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    Para conhecer Bons Psicólogos, alinhados aos seus objetivos psicoterapêuticos é fundamental conhecer seus idéias, sua experiência profissinal e como trata determinados assuntos.

    Pensando nisso, comecei este blog de Psicologia em 2006, quando muitas questões relacionadas a comportamento Humano, sentimentos, e emoções, passaram a me interessar de maneira mais profissional, o que exige (sempre) uma análise mais profunda dos fatos, e certamente, muita atualização.

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