Dizer "não" é uma arte que exige muita determinação.
Quantos indivíduos sofrem de abuso emocional, social ou profissional por não saberem dizer "não"?
Dizer "não" é uma rara habilidade social, e requer o desenvolvimento da capacidade de previsão de perdas, da tomada de decisões e do controle das emoções.
Por que é difícil dizer não?
Os motivos que levam os indivíduos a dizerem "não", podem se relacionar diretamente com o medo de punição ou rejeição.
Punição:
Exemplos: Alguns indivíduos abrem mão de seus momentos de lazer com a família ou amigos, para dedicarem seu tempo extra ao trabalho, para atender à solicitação de algum chefe ou patrão, sem observar que, em muitos casos, não há necessidade extrema. Porém a negação deste pedido pode remeter à ilusão de prejuízo profissional, o que nem sempre se justifica.
É importante ter coragem para dizer "não", especialmente quando estas situações se configurarem abusos psicológicos, trazendo prejuízos piores.
Rejeição
Exemplos:
Alguns indivíduos se submetem a abusos psicológicos nas relações pessoais (afetivas, familiares ou sociais), visando atender os interesses dos outros, colocando de lado seus desejos e vontades. Geralmente este comportamento se justifica pelo medo de rejeição.
Mas será que vale a pena abrir mão de seus interesses, apenas para se submeter aos caprichos alheios?
Vamos pensar: se o que mantém uma relação equilibrada é a troca, porque uma parte tem de ceder mais que a outra? Se a resposta estiver relacionada ao medo da rejeição, é importante levantar os custos emocionais que este tipo de relação desigual envolve.
A arte de dizer não.
Muitas pessoas se submetem a relações abusivas porque sequer imaginam a possibilidade de dizer "não". Os condicionamentos sociais ditam regras que, em alguns casos, se tornam impossíveis de serem seguidas, e ganham naturalidade ao longo do tempo. Parece normal que os patrões gritem com seus empregados, ou que um dos cônjuges tenha mais direitos que o outro (ou direito sobre o outro); que os filhos invertam as relações de autoridade; que o grupo social dite as regras de comportamento e pensamento; que a ausência de afeto justifique as relações descartáveis; que as relações de trabalho ganhem prioridade sobre as relações familiares; que as demandas acadêmicas ganhem prioridade sobre demandas sociais e de laser.
Vivemos em uma sociedade castradora e coercitiva, onde somos ensinados a reprimir nossos sentimentos, desejos e vontades. A queixa é vista como fraqueza e o "dizer não" é visto como atitude de rebeldia.
Para dizer "não" aos abusos, é importante refletir bem sobre onde e quando o "não" pode ser empregado. Em alguns casos, é importante pesar bem as consequências e verificar a quem interessa o teu "sim". Na maioria das vezes, não interessa a você....
Pense sobre isto!
Comentários
Postar um comentário